No 1º de Maio, UGT-RS vai doar cestas básicas para carentes

A Organização das Nações Unidas (ONU) adverte que a pandemia do novo coronavírus, que matou mais de 3,14 milhões de pessoas no mundo (até 27/04), afetou de modo desproporcional as pessoas que enfrentam fome e pobreza. Além de afetar profundamente a atividade econômica do mundo, os efeitos da pandemia do novo coronavírus tem sido devastadores para os mais pobres.

Diante desse triste panorama, cuja perspectiva é desoladora e sombria, a sobrevivência de muita gente depende da efetiva ajuda humanitária dos governos, empresas e coletividade.

Diferente de outros anos, quando o Dia Internacional dos Trabalhadores – 1º de Maio – afirmava a luta pela garantia e ampliação de direitos adquiridos, em 2021, ainda sob forte impacto da pandemia, a União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS) e sindicatos filiados vão doar cestas básicas às comunidades carentes de Porto Alegre e Região Metropolitana da capital gaúcha.

CONTRA A FOME

O “1º de Maio Contra a Fome” consiste em uma ação concreta em favor de quem mais precisa de ajuda para sobreviver, além da urgência na vacinação imunizadora.

A Igreja Nossa Senhora da Pompeia (Rua Doutor Barros Cassal, 220/Floresta), é um dos locais definidos para a entrega dos donativos, que acontecerá no Centro Ítalo-Brasileiro de Assistência às Migrações (CIBAI), dia 30 de abril (sexta-feira), às 17h. Na Vila Nancy Pansera, situada no setor 6 do Conjunto Guajuviras, em Canoas, a distribuição ocorrerá a partir das 10h.

Norton Jubelli, presidente da UTG-RS, defende a ação solidária da sociedade civil para aplacar a pressão sobre as famílias, que sobrevivem sem renda formal. A frase de Herbert de Souza, o Betinho (1935-1997), “Quem tem fome tem pressa”, pronunciada há décadas, se mostra atual nos dias de hoje, explica o sindicalista.

Jubelli destaca que a luta por igualdade e justiça social segue como estandarte do sindicalismo. No entanto, a gravidade do momento cobra ações práticas no sentido de atenuar o sofrimento das pessoas que vivem em situação de pobreza e exclusão.

INSEGURANÇA ALIMENTAR

No Brasil, mais de 125,6 milhões de pessoas não se alimentaram como deveriam ou já tinham algum tipo de incerteza quanto ao acesso à alimentação no futuro durante a pandemia de coronavírus.

A informação é do estudo “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, realizado entre novembro e dezembro do ano passado e divulgado em 13 de abril de 2021.

A amostragem envolveu em torno de duas mil pessoas, que contaram como era a situação de segurança alimentar delas a partir de agosto de 2020.

Coordenado pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Brasília (UnB), o estudo mostrou que 59,4% dos domicílios do país apresentaram algum grau de insegurança alimentar entre os meses de agosto e dezembro de 2020.

Dentro do grupo, 44% também diminuíram o consumo de carne e 41%, de frutas.

NÍVEIS DE INSEGURANÇA

Do grupo de domicílios que estavam em situação de insegurança alimentar, 31,7% disse ter insegurança leve, 12,7% disse ter insegurança moderada e 15% insegurança grave (quando existe falta de comida).

O Nordeste apresenta a situação mais grave. Na região, 73,1% dos domicílios registraram situação de insegurança alimentar. A região Norte aparece em seguida, com 67,7%. O Centro-Oeste aparece com 54,6% na pesquisa e o Sudeste com 53,5%. A região Sul, que apresentou a melhor situação, tem 51,6%, o que representa mais da metade dos lares com insegurança.

Junto a esse quadro, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, dos quais 14% das crianças e adolescentes não tem sequer acesso à água. Por isso são muito mais vulneráveis a crises e pandemias.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)