Agenda Legislativa 2021 mobiliza centrais sindicais brasileiras

A ideia de retomar as ações juntos aos parlamentares federais moveu as centrais sindicais a lançar a Agenda Legislativa 2021, que pretende ampliar o nível de relacionamento com o Congresso Nacional e visa aprovar medidas e projetos que favoreçam as propostas de interesse dos trabalhadores brasileiros.

As ações seguem a coordenação do Departamento do Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), representado pelo economista, analista política e consultor André Santos, e Clemente Ganz Lúcio, ex-Coordenador Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e Assessor do Fórum das Centrais Sindicais.

Junto à atuação cotidiana junto aos congressistas, as centrais procuram organizar um grupo presente e atuante em cada estado, que leve aos deputados e senadores parlamentares dessas regiões sobre as demandas que tratem das questões legislativas relacionadas ao mundo do trabalho.

PRIMEIRO ENCONTRO NA REGIÃO SUL

A organização dos encontros regionais com dirigentes das centrais dos estados de cada região dessa começou com a realização de reunião com sindicalistas da Região Sul, dando início à uma ação que ocorrerá em todo o País. O objetivo das ações articuladas está em formar grupos regionais permanentes, cujo trabalho será articulado e integrado nacionalmente.

A aproximação de 2022, quando os eleitores elegerão políticos para os cargos de presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais para os quatros anos seguintes torna o momento propício para a apresentação das propostas contidas na Agenda Legislativa 2021, com prioridade para a exigência da votação do auxílio emergencial de R$ 600 mensais para todos os necessitados até o final da pandemia.

Também para afirmar a oposição das lideranças sociais contra a reforma administrativa, que representa um retrocesso para os serviços públicos indispensáveis para a população brasileira e por medidas de proteção dos empregos e da renda, em defesa dos assalariados.

DEFESA DO SALÁRIO-MÍNIMO REGIONAL

Igual preocupação mobilizou a UGT e as demais centrais (CTB, CUT, CGTB, NCST, FS, CSB, UGT, CSP-CONLUTAS, PÚBLICA, INTERSINDICAL, FÓRUM, em grande plenária realizado em 5/7, que aprovou manifesto em Defesa da Valorização do Salário Mínimo Regional.

Com grande representatividade, encontro atraiu a presença dos ex-governadores, Germano Rigotto, Olívio Dutra e Tarso Genro, além de personagens da vida pública, como o senador Paulo Paim, os presidentes do TRT-4, Desembargadora Carmen Gonzales, e da AMATRA, Tiago Mallmann, e dos deputados estaduais, Pepe Vargas, Zé Nunes, Elton Weber e Valdeci de Oliveira.

Norton Jubelli, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS) destacou que, ao completar 20 anos, a Lei Estadual n°11.677, de julho 2001, que criou o Mínimo Regional, segue sendo alvo da oposição do segmento empresarial gaúcho que resiste a compreender o valor da distribuição de renda no Estado.

EMPRESÁRIOS CONTRA O PISO

Mesmo Lembrando que o Mínimo beneficia mais de 1,5 milhões de trabalhadores domésticos, rurais, comércio, serviços, indústria, já estamos há dois anos sem reajuste, período em que a cesta básica sofreu um aumento de 32,5%.

“A visão dos empresários paranaenses e catarinenses e o desenvolvimentos pelas economias desses estados, que ultrapassam a sul-rio-grandense, demonstram o quanto o nosso empresariado tem se apegados a posições atrasadas, que nos deixam paralisados diante do crescimento necessário”, protesta Jubelli, para quem não apenas o governador Eduardo Leite, que lança candidatura própria à Presidência da República, mas não compreende o piso regional como instrumento de equilíbrio social, principalmente num período de pandemia.

O encontro ainda aprovou proposta de Miguel Salaberry Filho, Secretário Nacional da UGT, da criação de uma Frente Parlamentar em defesa do Piso Regional, que reivindique agendas com o governador gaúcho e com o presidente da ALERGS, deputado Gabriel Souza.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)