Alegando contenção de despesas, Inter demite funcionários e tenta esconder erros de gestão

Com enorme preocupação, recebemos a notícia de que o Sport Club Internacional dispensou mais 45 funcionários, dentro os quais cinco dirigentes sindicais. A medida reprisa o acontecido ano passado, quando o clube demitiu 63 empregados com a mesma alegação de contenção de despesas. A demissão de cinco dirigentes sindicais também demonstra o desprezo do Inter pela legislação trabalhista, que assegura a estabilidade no emprego para sindicalistas.

São funcionários com muitos anos de casa e que terão dificuldade em obter outra colocação no mercado de trabalho. Não fosse a crise econômica, que reduz o poder de compra dos salários, temos contra nós uma pandemia que restringe as ações sociais e profissionais, como todos vêm sentindo.

Em momento tão delicado, é inadmissível que uma agremiação da primeira divisão do futebol brasileiro, que ostenta um dos mais caros planteis entre os 20 clubes principais, prefira sacrificar trabalhadores cujos salários são simbólicos, se comparados aos gastos milionários com o futebol, que absorve 80% do total da arrecadação colorada.

ERROS DE GESTÃO

O descaso do clube com os funcionários pode ser notado nos acordos de 2018, 2019, 2020 e 2021, que ainda estão abertos, sem que o empregado receba a reposição inflacionária, o merecido aumento real de salário e seja beneficiado pelas cláusulas de natureza econômica e social. Em outras palavras, o trabalhador que presta serviços ao clube e aquele que foi demitido estão com o salário congelado desde 2017, ano em que o Sport Club Internacional disputou a segunda divisão do futebol brasileiro.

Filiado da UGT-RS, o Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas do Rio Grande do Sul (SECEFERGS) vem resistindo à essa postura condenável do Colorado e orientando os trabalhadores nesse que é a pior hora para um trabalhador e chefe de família.

A União Geral dos Trabalhadores presta a solidariedade aos trabalhadores e famílias prejudicadas por essa falta de sensibilidade da direção do Inter, que ainda não entendeu que não será demitindo trabalhadores, que ganham salários baixos, que serão superadas as dificuldades financeiras do clube.

Norton Jubelli é presidente da União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul