Candidato ao governo gaúcho, Hermes Zaneti apresenta propósitos para a UGT-RS

Na manhã de 15 de março, a sede da União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS) recebeu a visita do professor Hermes Zaneti, na condição de pré-candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) ao governo estadual, no pleito de outubro. O ex-deputado federal Constituinte foi recepcionado por Norton Jubelli, presidente da UGT-RS; Miguel Salaberry Filho, Secretário Nacional de Relações Institucionais da UGT, e Marcelino Pogozelski, presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito de Porto Alegre (Sintran).

O advogado Vicente Selistre, que preside o Sindicato dos Sapateiros de Campo Bom e é vice-presidente Nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), acompanhou candidato, enquanto candidato a vice, na mesma chapa, que ainda inclui Mario Bruck para concorrer a uma das vagas para o Senado. A decisão do PSB de indicar candidato próprio ao Governo do Estado e ao Senado foi oficializada em plenária realizada no dia 10 de março pelo movimento Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), do qual Selistre é coordenador nacional.

A conversa entre os sindicalistas e candidatos abordou o papel do processo eleitoral como instrumento de mudança na situação de crise que sufoca o Estado e que aflige os gaúchos, particularmente os trabalhadores, os mais atingidos pela política restritiva do governador José Ivo Sartori.

SINDICALISTA E DEPUTADO CONSTITUINTE

Autor do livro “O Complô: como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia brasileira”, que aborda o tema do endividamento público do país, Zaneti defende a estruturação de um governo comprometido com os anseios da sociedade gaúcha, principalmente da classe trabalhadora.

Hermes Zaneti destacou dois projetos que deram a ele projeção na Câmara dos Deputados: o voto facultativo aos 16 anos e a emenda que permitiu fazer um exame pericial no endividamento externo brasileiro. O professor e advogado diz que é preciso tirar do comando políticos e partidos que estão no poder para emergir um processo que atenda à democracia.

Deputado federal entre 1983 e 1991 e deputado constituinte em 1988, Zaneti presidiu o Centro de Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), a Confederação de Professores do Brasil (CPB) e a Organização Mundial de Professores. Em tom crítico falou que há “muito discurso e pouca atitude”, em relação à condição atual dos professores, mas enxerga o mesmo desafio da transição entre a o fim da ditadura e a transformação para o processo democrático.

“SOLUÇÃO ERRADA PARA O PROBLEMA ERRADO”

O ex-presidente do CPERS declarou que não assinaria o plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul com o governo federal, dizendo existir um equívoco. Para ele, a venda de ações do Banrisul “é a solução errada para o problema errado”. No livro, consta uma capa do jornal Zero Hora em que o governador Antônio Britto e o ministro da Fazendo Pedro Malan, sorriem dizendo que haviam liquidado a dívida do Rio Grande do Sul.

“Hoje, os gaúchos já pagaram R$ 26 bilhões e ainda devem R$ 57 bilhões”, denuncia Zaneti, lembrando que, naquela época, foram privatizadas empresas do Estado, sem que fosse evitada a situação falimentar porque passa o Estado, que, segundo disse, “está de joelhos diante da União”.

O ugetista Norton Jubelli reafirmou o anseio de um protagonismo político maior para o sindicalismo e visualiza tal possibilidade na candidatura de dois sindicalistas nas eleições majoritárias. Na mesma linha de raciocínio, Miguel Salaberry Filho, manifestou a esperança de que a candidatura represente a apresentação de um programa capaz de conceber políticas públicas econômicas e sociais eficazes para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

BAIXA POPULARIDADE

Uma pesquisa encomendada pela Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm), entidade que representa os policiais militares de patentes superiores, mostra que apenas 5,5% dos moradores de sete cidades da região metropolitana de Porto Alegre avaliam negativamente o governo de José Ivo Sartori, à frente do Rio Grande do Sul, desde 2015.

O estudo, divulgado no dia 13 de dezembro de 2017, ouviu 600 gaúchos dessas localidades e registrou que 1% acha o governo ótimo e 4,5% acham a gestão boa, totalizando 5,5% de avaliação positiva. A maioria é crítica ao governo: 43% acham o governo de Sartori ruim, 24% acham péssimo e 27,5% consideram o governo regular. Os entrevistados responderam à pergunta “como você avalia a administração do governo estadual de José Ivo Sartori?”.

No item segurança, a avaliação da gestão de Sartori é ainda pior. Apenas 2,9% aprova a área da segurança. Destes, 0,2% acha a segurança ótima e 2,7% acha boa – 0,1% não soube responder. Os entrevistados precisaram responder à pergunta “como você avalia a atual administração do governo estadual, de José Ivo Sartori, em relação à segurança pública?”. Do total, 51,8%

Renato Ilha, jornalista (MTb 10.300)