Em 19 de abril, nasciam dois personagens de nossa história: Getulio Vargas e Roberto Carlos

Getulio Vargas, ex-presidente brasileiro, e Roberto Carlos, considerado o maior nome da música romântica, nasceram no mesmo dia, em épocas diferentes. Os dois deixaram marcas profundas em suas atividades. Fazem parte do legado de Vargas a Petrobras, a Companhia Vale do Rio Doce, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de conquistas sociais como a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o salário mínimo e o voto feminino. Astro da Jovem Guarda, Roberto Carlos completa 80 anos desfrutando de prestígio e fama, sendo interpretado pelos mais diversos da música popular brasileira, como Maria Bethânia, Angela Maria, Alcione, Caubi Peixoto, Agnaldo Timóteo, Marisa Monte e muitos outros.

Nascido em 19 de abril de 1941, na pequena cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no interior do Espírito Santo, Roberto Carlos Braga, o “Rei Roberto Carlos”, completa 80 anos, figurando entre os artistas mais importantes da música brasileira.

Em 1957, no início de carreira, Roberto Carlos chegou a formar uma banda com Tim Maia, Os Sputniks, mas o grupo foi rapidamente desfeito. Seguindo carreira solo, Roberto logo atingiu o posto de galã da música romântica, com covers de artistas norte-americanos, como Elvis Presley, que faziam sucesso nos 1950

Continua depois da publicidade

JOVEM GUARDA

Em meados dos anos 1960, já consolidado na carreira, o rei liderou o movimento da Jovem Guarda, amplamente influenciado por bandas de rock internacionais e ganhou projeção no Brasil com shows de talentos transmitidos na TV aberta.

Com o passar dos anos, Roberto Carlos cativou diferentes públicos e protagonizou uma trilogia de filmes de ação e se tornar o rei da música romântica brasileira nas décadas seguintes.

Continua depois da publicidade

Conhecido pelas superstições e manias que cultiva, a controvérsia acompanha sua trajetória. O artista censurou publicações que biografavam sua vida e tem o hábito de ingressar nos ambientes por uma porta e sair por outra.

LIVROS BIOGRÁFICOS

Ao completar oito décadas de vida, três novos livros chegam ao mercado neste ano para contar a história do Rei de forma biográfica ou através de análises da crítica musical sobre sua carreira:

Continua depois da publicidade

“Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha”, de Jotabê Medeiros

“Querem acabar comigo – Da Jovem Guarda ao trono, a trajetória de Roberto Carlos na visão da crítica musical”, de Tito Guedes

“Roberto Carlos Outra Vez”, de Paulo César Araújo

Roberto Carlos mantém uma carreira singular, baseada em canções de forte penetração no imaginário coletivo, nunca caindo no esquecimento. Conforme a Pro-Música Brasil, Roberto Carlos é o artista solo com mais álbuns vendidos na história da música popular brasileira, tendo vendido mais de 140 milhões de cópias, incluindo gravações em espanhol, inglês, italiano e francês, em diversos países. De 1961 a 2005, o artista lançou 45 álbuns.

GETULIO, O PAI DOS POBRES

Getulio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja, localizada no estado do Rio Grande do Sul. A família de Vargas, formada por estancieiros, era rica e influente e chegou a ter influência política tanto em São Borja como no Rio Grande do Sul. Seu pai chamava-se Manoel do Nascimento Vargas, e sua mãe, Cândida Dornelles Vargas. Getulio era o terceiro filho e tinha quatro irmãos: Viriato, Protásio, Spartacus e Benjamin.

Ingressou na carreira militar com 16 anos e atuou em um batalhão de São Borja, mas acabou sendo expulso da corporação com 18 anos de idade. Por causa da possibilidade de um conflito com a Bolívia, em 1903, Vargas ingressou novamente no Exército, mas acabou pedindo baixa no fim daquele ano.

A “Era Vargas” foi o período de quinze anos da história brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente eleito que assumiria o país).

PODER CENTRALIZADO

Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação” da ditadura de Vargas. O ex-presidente também marcou época pela sua aproximação com as massas, característica que se tornou marcante durante o Estado Novo.

Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder, foi organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964)

Durante o período do Estado Novo, o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), aparelho de publicidade da Era Vargas, dirigido por Lourival Fontes, referia-se a Getúlio Vargas como O pai dos pobres, implantando na população brasileira o ‘culto à personalidade’ do presidente.

 

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)