Empresários e advogados são maioria entre os candidatos nas eleições de 2022

Empresários e advogados lideram o ranking das profissões entre os candidatos a todos os cargos em disputa nas eleições de 2022. A constatação vem dos pedidos de registro feitos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). As duas profissões somam praticamente 20% do total dos postulantes às funções de presidente e vice, governador e vice, senador, suplentes, deputado federal e estadual.

O prazo para registro de candidatura para as eleições de outubro terminou no dia 15 de agosto. Foram enviadas 28.109 inscrições para os cargos de presidente da República e vice, governador e vice, senador e suplentes, deputado federal, estadual e distrital.

A plataforma de divulgação de candidaturas registra a presença de 3.605 empresários concorrendo em 2022. Eles representam 12,75% do total de candidaturas. Na sequência, os advogados aparecem com 2.046 pedidos de registro, ou 7,24% do total dos que se colocaram como postulantes.

OUTROS POSTULANTES

Também ocupantes de cargos eletivos marcam presença expressiva entre os postulantes aos cargos públicos mais cobiçados da política. Vereadores representam 3,87% do total, com 1.095 pedidos de registro. Grande parte  dos 1.080 deputados também concorre à reeleição.

Na disputa de 2022, 822 policiais militares (2,91% do total) e 814 aposentados (lista que não inclui os servidores públicos), ou 2,88% do total. A proporção de Comerciantes é semelhante: são 805 nomes (2,85%) do total.

A relação de candidados ainda inclui 756 servidores públicos estaduais, 336 federais, 514 municipais, além de 310 donas de casa, 114 músicos e 101 cantores e compositores. A lista se completa com profissões pouco comuns, como engraxates (2), jornaleitos (5), oceanógrafos (2), artistas de circo (2) e um lavador de veículo.

O DESAFIO DA BANCADA SINDICAL

No pleito de 2018 a chamada bancada sindical reduziu na Câmara dos Deputados, eram 51 deputados e reduziu para 33, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).

Desde a famigerada reforma trabalhista de 2017 do governo de Michel Temer, os trabalhadores têm perdido direito e torna-se importante que a próxima legislatura tenha mais representantes da classe e mude esse cenário.

HISTÓRICO DE OSCILAÇÃO – A bancada oscila em cada eleição. A de 1991-1995 tinha 25 integrantes; a de 1995-1999 contou com 36; a de 1999-2003 cresceu para 44 (40 deputados e 4 senadores).

Nas eras Lula-Dilma, a bancada teve crescimento em razão das relações de proximidade com o ex-presidente Lula e a agenda colocada em prática pelo governo. A bancada na legislatura 2003-2007 deu salto para 74 membros; a de 2007-2011 decaiu e ficou com 64.

No 1º mandato da ex-presidente Dilma, 2011-2014, subiu para 83 representantes e teve queda na legislatura passada (2014-2019), com 51 congressistas.

PAPEL DA BANCADA SINDICAL

Vandeir Messias, presidente da Força Sindical de Minas Gerais, aponta como principal função da bancada a sustentação das bandeiras e a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, aposentados e servidores públicos no Congresso Nacional. Também deve intermediar demandas e mediar conflitos entre esses interesses e com governos e empregadores.

Messias, que também preside o Sindicato dos Químicos, Plásticos, Farmacêuticos e Trabalhadores nas Indústrias de Explosivos de Belo Horizonte e Região (SindLuta), lembra que em 2018 a bancada saiu das urnas severamente enfraquecida e encontrou o movimento sindical muito debilitado pelo retrocesso na legislação do trabalho, com a Reforma Trabalhista, de 2017.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)