Executiva Nacional da UGT tem encontro com lideranças no NE

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Pauta foi encabeçada pelos desafios que o sindicalismo enfrenta desde a Reforma Trabalhista

A União Geral dos Trabalhadores do Estado de Pernambuco realizou, na terça-feira (11), no Recife,  um encontro regional com lideranças de todo o Nordeste para, dentre outros assuntos, discutir os rumos do sindicalismo brasileiro, duramente afetado desde a vigência da Reforma Trabalhista e que terá desafios ainda maiores a vencer quando terá início o mandato do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Motivo de preocupação, o novo mandato, cujo presidente eleito vem anunciando na imprensa seu desejo de extinguir os sindicatos – tanto laborais quanto patronais – forçará o movimento sindical brasileiro a tomar uma posição firme de resistência a fim de resguardar sua própria sobrevivência. Faz-se necessário uma forte representação no Congresso Nacional para aprovar pautas em favor dos trabalhadores e do sindicalismo e para vetar todas as medidas prejudiciais àqueles.

Ricardo Patah, Presidente da UGT, lembrou que tal preocupação não é exclusiva desta Central, sendo compartilhada por outras centrais que percebem um futuro envolto em negrume levando o trabalhador brasileiro gradativamente de volta ao estado de escravidão, às custas do enriquecimento da classe patronal e do estado, parceiros que ora se revelam unidos na proteção dos seus interesses recíprocos. A situação, portanto, vai além do custeio e exige da figura do sindicalista união e postura cada vez mais consciente.

O Advento do imposto sindical em 1943 fortaleceu o sistema confederativo dos sindicatos desde então, porém a despeito do crescimento dos sindicatos no País (hoje são mais de 12 mil no Brasil), o sindicalismo diminuiu. Isto quer dizer que a representatividade de fato, a proximidade com os trabalhadores, tudo isso vem diminuindo com o tempo e com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, o sistema entrou numa grave crise. Além disso, há a crise de imagem, sendo a pior possível a que é divulgada na imprensa e nas redes sociais, pois na visão de muitos os sindicatos existem apenas para tomar dinheiro do trabalhador sem dar nada em troca.

Contra as medidas regressivas destes governos, o que se propõe é montar uma bancada forte no Congresso Nacional através de lobby profissional e lutar contra a flexibilização dos direitos e contra o enfraquecimento da previdência social. Ainda, foi proposto o custeio das entidades sindicais por meio de taxa assistencial aprovada em assembleia e descontada em folha com recolhimento da empresa empregadora, em contrapartida fazendo a devida prestação de contas ao trabalhador. Outras medidas propostas incluem campanha permanente de sindicalização e presença permanente nos locais de trabalho para melhorar e ampliar a eficiência da fiscalização das condições de trabalho e de cláusulas de acordo coletivo, além de ouvir as demandas dos trabalhadores.

A realidade no Nordeste brasileiro se traduz com muitos sindicatos enfrentando graves dificuldades para manter os serviços que prestam aos trabalhadores de suas bases. Para encarar isto pretende-se um rearranjo das entidades, podendo até mesmo se agregarem umas às outras, e dessa união nascer uma entidade mais forte e capaz de resolver seus obstáculos ampliando a base.

Compareceram ao encontro Ricardo Patah (Presidente), Canindé Pegado (Secretário Geral), Chiquinho Pereira (Secretário de Organização e Políticas Sindicais), Moacyr Pereira (Secretário de Finanças), além da diretoria da Executiva Estadual encabeçada por Gustavo Walfrido (Presidente), Maurício Luna e Romero Mendonça (diretores), presidentes de executivas de outros estados do NE e presidentes de sindicatos da região.

Palavra dos presidentes estaduais:

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Romero Baunilha – Paraíba

Foi bom, porque fazia tempo que não acontecia essa conversa Tete a Tete com as UGT’s estaduais, especificamente com o nordeste, agradeço UGT Nacional, que nos apresentou um conjunto de ideias inovadoras para enfrentar os desafios que foram impostos para nós do movimento sindical. Tenho a certeza de que com a unidade de todos sairemos desta crise, pois a UGT faz um sindicalismo cidadão, ético e inovador!

Que tenhamos um 2019 de esperanças para continuarmos na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

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Magno Lavigne – Bahia

Foi importante para poder discutir a reorganização da central frente aos novos desafios, se colocando a disposição do futuro governo para tentar dialogar, construir e tentar entender o que eles pensam em relação aos trabalhadores. A gente acredita que não pode enfraquecer o movimento sindical, porque o movimento sindical forte ajuda a economia do país.

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Luiz Gustavo de Pádua – Pernambuco

Acho que foi positivo porque a central apresentou um norte para que os sindicatos realizem um bom trabalho de base, pois hoje, os sindicatos dependem dele e a central depende da atuação dos sindicatos, tanto que usei como exemplo a Convenção Coletiva dos Bancários, em que conseguimos negociar um percentual para a central.

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Ronildo Torres Almeida – Sergipe

Foi proveitoso, discutimos diversos temas que eram as principais preocupações também nas estaduais, pois é muito delicado o momento que passa a classe trabalhadora e suas representações classistas.

 

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