Grêmio descumpre a lei e o que determinam as convenções coletivas

A intransigência, que provocou impasse na negociação desde maio de 2015, já é a marca da diretoria presidida por Romildo Bolzan Júnior no Grêmio Porto-Alegrense.

Diante da recusa em negociar um acordo específico com o Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas (Secefergs) o Grêmio fica obrigado a cumprir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) firmada com o Sindicato das Entidades de Cultura Física do Estado (Sindiclubes/RS).

Mas como a direção gremista não cumpre a CCT do Sindiclubes/RS, o Secefergs ajuizou Ação de Cumprimento na Justiça do Trabalho, em que cobra o pagamento dos reajustes de 10%, da CCT/2015; de 10,5%, da CCT/2016, e de 7,9%, da CCT/2017. Nos três casos o Clube somente antecipou os índices correspondentes à inflação dos respectivos períodos.

Sem falar que tais percentuais refletirem nos valores de outros itens, como Vale Alimentação, Auxílio Creche, cestas básicas, férias, 13º salário e FGTS.

LINHAGEM DOS MAUS POLÍTICOS

Tudo indica que o presidente gremista age como se ainda fosse um político, que deixa as dívidas para os sucessores, já que, após as decisões judiciais, o clube terá de pagar todas as diferenças, com juros e correção monetária.

Além da negativa em atender as reivindicações dos funcionários, o Grêmio criou problemas que vão além do desprezo à convenção coletiva de trabalho e passou a perseguir funcionários e demitir, sem justa causa, os sindicalistas que tomam a frente na defesa dos colegas e de toda a classe.

Pela gravidade do tema, o assunto foi parar em Genebra, na Suíça, na sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT), piorando o clima no ambiente do Tricolor.
Infelizmente, a arrogância do presidente Romildo Bolzan Júnior, faz com que ele julgue estar acima de instituições como Ministério Público e da própria Justiça, quando debocha de decisões e descumpre recomendações de natureza legal.

Para Miguel Salaberry Filho, presidente do Secefergs, é inaceitável que o arrocho salarial seja praticado por um integrante da elite do futebol brasileiro, cujo faturamento vem de múltiplas fontes, como rendas das partidas no estádio, exibição de jogos pela televisão, venda de artigos com a marca do clube e negociação de atletas.

Renato Ilha, jornalista (MTb 10.300)