Orildes, uma mulher de respeito, que preside seu sindicato de classe

Se ainda persiste a desigualdade salarial entre homens e mulheres no desempenho de mesmas funções, está longe o tempo em que não havia respeito às mulheres no mercado de trabalho. Elas sofriam discriminação e eram exploradas, trabalhando acima dos limites físicos, por mais de 12 horas diárias. Orildes Maria Lottici, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SEC-BG) e Diretora de Finanças da União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS), representa a evolução feminina no mercado de trabalho e em todos os espaços da vida em sociedade. No dia 19 de janeiro, a guerreira comerciária comemora mais um ano de vida merece os aplausos e abraços de amigos, familiares e companheiros de sindicalismo.

Na atualidade, a realidade da participação feminina é bem diferente daquela vivenciada há 90 anos, quando as mulheres sequer participavam da vida política do país, pois eram proibidas de votar. Somente em 24 de fevereiro de 1932, o Código Eleitoral passou a assegurar o voto feminino. Em 1934, o voto feminino passou a ser previsto na Constituição Federal.

Orildes e as mulheres brasileiras contribuíram muito para o crescimento e o desenvolvimento da sociedade, mesmo não sendo reconhecidas como deveriam. Nos dias de hoje, as mulheres atuam em praticamente todas as profissões e, progressivamente, vêm assumindo cargos de chefia, como tantos outros direitos que a Constituição Federal de 1988 e a Consolidação das Leis Trabalho permitem, como antes não era possível.

As bandeiras do movimento feminista, como a violência contra a mulher, diferença salarial entre gêneros, pouca inserção feminina no meio político, casos de assédio e preconceito, são combatidas com maior vigor na atualidade porque mulheres corajosas, como Orildes Lottici emprestaram sua força em favor de causas benéficas para toda a sociedade.

PRIMEIRA EXPERIÊNCIA NO COMÉRCIO

A trajetória daquela mulher de origem humilde, que aos 21 anos de idade ingressou no mercado de trabalho formal, começou no Supermercado Apolo (da Cândido Costa). Em sua primeira experiência profissional, atuou como caixa e repositora de mercadorias. Saindo dali, foi para a Loja Grazziotin.

Como líder de uma classe composta majoritariamente por mulheres, Orildes compreende como ninguém o que acontece com a categoria comerciária. Ações em benefício dos Comerciários, como a negociação de reajustes salariais, regramento no horário e remuneração para datas especiais são pauta diária de sua gestão.

Nos estabelecimentos comerciais encontramos mulheres que saíram de casa nas últimas décadas em busca de trabalho, em busca de independência financeira, tornando-se livre e responsável por si mesma. Porém, contraditoriamente, a figura feminina não se tornou livre das responsabilidades domésticas, que ainda são uma imposição para ela.

CONSCIÊNCIA E AÇÃO SOCIAL

“Hoje, diretoria e funcionárias do Sindicato entendem que a classe menos favorecida e as pessoas de baixa escolaridade não deve ser discriminadas pela sociedade. Nós, do SEC-BG, acreditamos que, independentemente de cor, raça e situação social, todos temos direito a trabalhar”.

Pensando assim, a entidade apoiou a Acamare e vêm apoiando outras organizações e entidades. O projeto, beneficiando 24 famílias, representou uma nova expectativa de vida para aquelas famílias que não pediram para estar naquela situação.

Em 2021, o SEC-BG destinou mais de R$ 50 mil para a Abraçai, instituição social que atua em favor de 250 crianças, jovens e adolescentes; outros R$ 53 mil reais para os Bombeiros Voluntários dos municípios de Garibaldi e de Carlos Barbosa; R$ 5 mil para a Apae de Carlos Barbosa e R$ 1,5 mil para o Lar de Idosos de Nova Prata, entre outros. São recursos provenientes de cobrança em Juízo, como multas por descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho.

Imprensa UGTRS