SEC-BG saúda celebração de CCT por dois anos

A presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SEC-BG), Orildes Maria Lottici, foi a entrevistada da semana do Jornal TV COM Bento Gonçalves, que foi ao ar na edição de 1º de março de 2021. A sindicalista falou sobre a Convenção Coletiva de Trabalho do comércio varejista assinada no final de fevereiro, além de outros assuntos importantes sobre as relações de trabalho no setor em Bento Gonçalves e região.

O acordo, com validade para o biênio 2020/2021, atualiza os vencimentos dos trabalhadores, a partir da incorporação das diferenças salariais, tanto para quem está empregado como para aqueles que foram demitidos. Os cálculos são retroativos a 1º de março de 2020. O índice de 2020 ficou em 3,92% e o de 2021 será anunciado ainda em março.

A líder comerciária ressalta o caráter atípico da negociação, assim como a própria atuação do sindicato, que se manteve atento ao cumprimento da legislação, aos afastamentos decorrentes do avanço da pandemia. Ela justifica a demora no fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do comércio varejista em razão do inédito contexto causado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

ACORDOS POR EMPRESA

Orildes Lottici lembrou a celebração de acordo de compensação de horário com o Sindilojas com validade até novembro de 2020. O pacto foi selado no começo de março, quando do surgimento da pandemia e diante da recusa dos empresários em conceder reajustamento salarial para a categoria, mesmo das perdas ocasionadas pela inflação do período de um ano.

Preocupado com o impacto da pandemia no setor, o SEC-BG passou a realizar acordos por empresa, que garantiram reajuste salarial e definiram o regramento do horário de funcionamento do comércio em datas e horários especiais, como em domingos e feriados.

O atraso no fechamento do acordo de 2020/21 também foi causado pela indisposição do sindicato patronal em promover a correção salarial, repondo ao menos as perdas provocadas pela inflação. Em sucessivos encontros entre as partes a representação empresarial insistia na recusa em conceder qualquer percentual nos salários da classe.

MUDANÇA DE POSTURA

A antecipação salarial também foi citada por ela como uma prática adotada pelas empresas antes da pandemia, o que deixou de acontecer devido à espera dos empresários pelo regramento do horário de funcionamento do comércio. Como resultado dessa postura, a CCT de 2020/21, somente foi selada em fevereiro de 2021 e tem validade até março de 2022.

Destacando a homologação da CCT 2020/21, Orildes Lottici frisa a vantagem da classe em contar com a convenção adiantada, para os empregados no comércio de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. A sindicalista frisou o diferencial econômico regional, que oferece oportunidades de trabalho para a categoria comerciária, fato que favoreceu a assinatura de acordos de redução de jornada de trabalho e de salários, propiciados pelas medidas provisórias editadas pelo governo federal. O SEC-BG utilizou tais mecanismos em favor da manutenção do emprego e da renda dos trabalhadores.

Ainda assim, as empresas foram favorecidas pelas medidas do governo federal, que permitiram redução de jornada e salário em troca da preservação dos postos de trabalho. “Felizmente, o índice de desemprego não cresceu, como em outras regiões”, saúda a presidente dos Comerciários de Bento Gonçalves.

BANDEIRA PRETA EM TODO O ESTADO

Desde a meia noite de 27/02 e até as 23h59 do dia 7 de março, todo o Rio Grande do Sul estará classificado na bandeira preta, que indica risco altíssimo de contágio para o coronavírus. Com a suspensão temporária da cogestão regional também até pelo menos 7 de março, as 21 regiões Covid deverão aplicar os protocolos mais rígidos previstos no modelo de Distanciamento Controlado, além de cumprir a suspensão de atividades não essenciais das 20h às 5h.

Orildes Lottici acredita que a pandemia e toda a sorte de restrições decorrente da doença elevem o nível do relacionamento humano, reforçando a empatia entre as pessoas. Para ela, o setor terciário, do qual faz parte o comércio, é um dos mais atingidos. No entanto, está confiante de que a comunidade compreenda e esteja consciente de que a propagação do vírus depende do comportamento de cada um e do coletivo.

“Não é a loja e nem o empregado que promovem o alastramento da doença, mas aqueles que se aglomeram, fazem festas e desrespeitam as regras do confinamento social”, observa a sindicalista, que vê justificativa na decretação de medidas, como as anunciadas pelo governo gaúcho. Orildes Lottici espera que a comunidade procure se colocar no lugar dos Comerciários, quando tentam ingressar nas lojas sem máscara e não utilizam protetores, como o álcool gel.

Na visão da líder comerciária, “Se o SEC-BG é bom para mim, também é bom para você. Estamos à disposição da classe”.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)