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Não temos de onde tirar receita, foi este o argumento que levou ao veto de dois artigos do programa de proteção e promoção de saúde menstrual, ao realizar este veto o Presidente deu espaço a manifestações e debates que se espalharam em vários seguimentos da sociedade.

A vulnerabilidade que hoje está mais acentuada devido a pandemia, nos reporta a um problema social que afeta mais de 5,6 milhões de mulheres que não tem acesso a um dos itens básicos de higiene e que são mais uma vez prejudicadas não só física, mas emocionalmente.

A pobreza menstrual é uma triste realidade, onde milhares de meninas deixam de ir a escola pois as famílias não tem condições de adquirir um pacote de absorvente, mulheres em situação de rua que se expõem com sangramento. Mas o problema é maior pobreza menstrual é falta de acesso a água, a saneamento básico, a recursos financeiro e a falta de auxílio dos governos.

O veto do Presidente teve como argumento a falta de receita do programa, mas este já estava previsto os recursos seriam retirados do SUS e do Fundo Penitenciário, mas com certeza teríamos outras fontes poderíamos quem sabe diminuir os valores das emendas que são feitas para comprar apoio político. O debate é longo, mas a necessidade é urgente.

Num período onde a inflação tem mais de dois dígitos, o desemprego aumentou a pobreza que está batendo a porta das famílias, o governo abandona parte de sua população deixando a mais vulnerável, podendo sim ajudar a manter a saúde e a dignidade.

Um debate amplo, mas necessário, quanta coisa pode e deve ser feita. A saúde menstrual deve ser considerada um direito, um direito a dignidade.

Neiva Cascaes Fernandes
Diretora SECEFERGS