Sindicalistas debatem soluções para o Brasil pós-pandemia, na Rádio Berlinda News

A rotina dos trabalhadores no cenário da pandemia, o enfrentamento diário dos profissionais da saúde ao coronavírus e a luta pela preservação de emprego e renda foram os temas do programa Berlinda News Entrevista de 26 de janeiro 2021, coordenado pelo radialista Juliano Palinha e que contou com as presenças de Norton Jubelli, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (UGT-RS); Miguel Salaberry Filho, Secretário Nacional da UGT e presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes e Federações Esportivas do Rio Grande do Sul (Secefergs), e Andrei Rex, presidente do Sindisaúde Vale dos Sinos, entidade filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Falando em nome da categoria profissional que está na linha de frente no combate à pandemia, Darei Rex exaltou o papel da classe, dos assistentes e da enfermagem, mas também os trabalhadores de áreas como nutrição, higiene e portaria, que prestam serviços de valor essencial e são componentes da grande engrenagem da atividade da saúde pública.

Norton Jubelli, da UGT-RS, saudou ouvintes e assistentes do debate, via Facebook (https://www.facebook.com/berlindanews) ou pelas ondas da rádio, destacou os dilemas e mazelas que os trabalhadores precisam encarar diariamente, especialmente o nível crescente do desemprego agravado pela pandemia. O ugetista lembrou a preocupante marca de 14,1 de desempregados no Brasil, medidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 29 de dezembro 2020. Jubelli manifestou o temor com a apatia do governo federal em adotar medidas que reaqueçam a economia e promovam a retomada de níveis de emprego que absorvam o contingente de desempregados e desalentados no mercado formal e mesmo informal.

Ao reconhecer a importância dos trabalhadores nesse processo, o presidente da UGT gaúcha observou que as categorias dos setores de serviços, asseio e conservação, limpeza urbana e segurança privada foram as que mais trabalharam e se expuseram durante a pandemia, tendo como contrapartida jornada de trabalho e salário reduzidos.

MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO

Representante dos empregados em clubes e federações esportivas, Miguel Salaberry Filho destacou as novas formas de trabalho que até então não existiam, como o home-office (escritório em casa), uma modalidade de trabalho que permite que pessoas e empresas se conectem à distância. Outras modalidades, como o Teletrabalho, também chamado de trabalho remoto, que significa trabalho à distância, e o Trabalho Intermitente, são regimes de trabalho introduzidos a partir da reforma trabalhista, de 2017. Nesta modalidade, o colaborador é convocado a realizar suas atividades de maneira esporádica, com intervalos de inatividade.

Salaberry acredita que a mudança na legislação trabalhista favoreceu o sindicalismo voltado para o trabalho de base. Nesse sentido, o ugetista saúda o fim do imposto sindical e o decorrente fortalecimento da negociação coletiva.

CENÁRIO DE GUERRA

Ao dimensionar o alcance da pandemia, o presidente do Sindisaúde Vale dos Sinos traçou um paralelo com a Guerra do Paraguai, o conflito armado mais sangrento da história da América Latina, que completou 150 anos e causou cerca de 50.000 baixas entre os brasileiros. As perdas na guerra são quatro vezes menores do que o registro de mortes pelo coronavírus em 25 de janeiro 2021. Já Norton Jubelli avalia que, por estarmos em um momento atípico, as pessoas encontram dificuldade em assimilar tantos protocolos e orientações em função da pandemia. O incômodo cresce na medida em que o país possui dimensões continentais: vacinação e isolamento social são as medidas eficazes para evitar a decretação de um lockdown, o bloqueio total ou confinamento que impede o movimento das pessoas ou cargas.

Andrei Rex, que presidiu o Conselho Municipal de Saúde de São Leopoldo, aponta a vacinação contra a Covid-19 como uma questão coletiva e de saúde pública. Quando o mundo vivencia o início do processo de vacinação contra a Covid-19 em vários países, assim como a preparação das demais nações para a aquisição de vacinas e de insumos, e ainda para a definição de estratégias capazes de imunizar o maior número de pessoas possíveis contra o coronavírus, Rex acredita que não faz sentido que, no Brasil, o assunto seja desviado para o campo dos embates políticos entre o governo central e seus opositores.

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Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)