UGT convoca Executiva para organizar 4º Congresso e redirecionar rumos da Central

Ao convocar a 29ª reunião plenária da Executiva Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), marcada para o dia 15 de fevereiro de 2019, nas dependências da sede nacional (Rua Aguiar de Barros, 144 – Bairro Bela Vista – São Paulo/SP), Ricardo Patah, presidente da Central, coloca os rumos da entidade no centro do debate.

Entre os temas relacionados para a discussão, a convocação do 4º Congresso Nacional Ordinário da UGT, que deverá ser realizado ainda no primeiro semestre desse ano. Caberá aos membros da direção nacional da UGT aprovar o temário do encontro e os membros da comissão organizadora, além de definir o local de realização do evento.

Questões relativas às mensalidades associativas, fixação de valores para a inscrição de delegados participantes e a reforma estatutária da entidade também constam na pauta da plenária.

A realização do 4º Congresso Nacional da UGT coincide com a gravidade do momento da vida brasileira, marcado por constantes ataques aos direitos sociais, a partir da aprovação de medidas impopulares, como a PEC do Teto, que limita investimentos na área social; terceirização sem limites (PL 4302/1998) e reforma trabalhista, um projeto que deformou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ao modificar mais 100 artigos e impôs a oficialização do trabalho intermitente, passou a admitir o parcelamento de férias e retirou a efetividade de instituições basilares, como a Justiça do Trabalho.

A mudança do caráter do imposto sindical – de obrigatório para facultativo – mais do que golpear a principal fonte de custeio das entidades sindicais brasileiras, antecipou a medida extrema que veio com a extinção do Ministério do Trabalho, já enfraquecido pela crescente perda de capacidade de fiscalização dos ambientes de trabalho e de práticas como trabalho escravo.

DESAFIO DA VANGUARDA

Fundada em julho de 2007, com a missão de acirrar o combate ao neoliberalismo, combater o desemprego e os baixos salários, a UGT é desafiada a dar respostas à conjuntura adversa da perda de direitos e da precarização do trabalho. O retrocesso, provocado pela globalização e pela revolução científico-tecnológica, produziu alterações radicais na economia, com reflexos imediatos no mundo do trabalho, assim como na própria sociedade e no Estado.

O sindicalismo cidadão, ético e inovador – que defende os interesses imediatos dos trabalhadores, sem abrir mãos da luta global para o avanço da democracia, das liberdades, dos direitos civis – está sendo chamado para ajudar na reorientação do movimento social, a partir da condição de segmento mais estruturado da organização popular.

A reunião de Executiva e o 4º Congresso Nacional Ordinário da UGT são palcos propícios para retomada da luta classista e combativa dos trabalhadores. Afinal, a pujança do sindicalismo brasileiro, que sempre foi decisivo na construção da democracia e dos direitos humanos, não pode sucumbir justamente quando a população mais precisa da ação enérgica dessa vanguarda.

 

Miguel Salaberry Filho
Presidente SECEFERGS e
Secretário de Relações Institucionais da UGT