Ugt-RS denuncia “incapacidade do governo federal” em Live do senador Paim

Em Live intitulada “Democracia, Emprego e Vacina para Todos”, o senador Paulo Paim (PT-RS) reuniu representantes da centrais sindicais brasileiras na véspera do 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. Na pauta, as ações do movimento sindical para reverter o cenário de crise que afeta duramente a população, que sofre com a ameaça do novo coronavírus, mas também com a carestia, o desemprego e a incapacidade do governo federal de enfrentar as crises econômica e sanitária.

Paim citou o discurso de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em que ele fala que o compromisso de seu governo é com os negros, índios, os pobres e o grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), pois elevou o salário daquele país em 37%, fazendo com chegasse próximo aos 4 mil dólares, ou quase R$ 15 mil.

No Brasil, observou o senador, ocorre um processo inverso: o atual governo, assim como o anterior, mantém o salário mínimo praticamente congelado.

TRISTEZA PELAS 400 MIL MORTES

Representando a União Geral dos Trabalhadores, o presidente da entidade, Norton Jubelli, disse estar honrado em participar do debate virtual organizado pelo gabinete do senador Paim, em razão da trajetória construída pelo parlamentar ao longo de anos, desde quando era um sindicalista como aqueles que ali estavam.

Saudou os trabalhadores da cidade e do campo, do serviço público e da iniciativa privada do país e lembrou que o título da Live (“Democracia, Emprego e Vacina para Todos”) é o tema central do 1º de Maio desse ano.

O sindicalista expressou a tristeza que se abate em todos, ao ver que o país ultrapassou a trágica marca de 400 mil mortes pelo novo coronavírus, sem que as autoridades sejam sensíveis ao cenário assombroso, mas desdenham do sofrimento do povo. Em particular, o governo federal, que não empenha os recursos físicos e financeiros para enfrentar a pandemia e a crise que assola a economia.

INCAPACIDADE DO GOVERNO

Norton Jubelli frisou que faz um ano que a pandemia alterou a vida de todos, com a primeira e segunda ondas e, talvez uma terceira, com apenas 15% da população vacinada até o final de abril. O ugetista condena o governo federal por não conduzir o processo de vacinação, testagem, criação de vagas em leitos em UTIs, preferindo transferir a responsabilidade para outros atores.

Mesmo com toda a fragilidade em que o movimento sindical se encontra, após a retrógrada reforma trabalhista, os sindicalistas não esmoreceram: o 1º de Maio em todo o Brasil aponta para o caminho da superação, estampando frases como “Quem Tem Fome Tem Pressa”, “Vacina, Já!” e “Emprego, Renda e Trabalho”.

Ainda que o IBGE tenha apresentado, em 30/04, estimativa da existência de 14,4 milhões de desempregados, os números reais estão bem acima. O próprio IBGE reconhece que no trimestre terminado em fevereiro de 2021 faltou emprego para 32,641 milhões de pessoas no país. A conclusão é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que inclui as taxas de desocupação, de subocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial, que são pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

TRILHÕES PARA OS BANCOS

O presidente da UGT gaúcha questionou o que um (a) chefe de família pode fazer com apenas R$ 150, ao se referir ao novo auxílio emergencial, enquanto o governo federal paga trilhões da dívida pública, sem que haja cortes nessa sangria, mas alega não poder dar mais para o brasileiro sobreviver.

“Caso utilizasse esse dinheiro entregue aos bancos na economia, a capacidade do país de ajudar seu povo seria múltiplas vezes maior”, denuncia Jubelli, para quem é preciso ter clareza de que devemos estar permanentemente alertas e mobilizados, para fazer esse enfrentamento.

Participaram da Live os sindicalistas Claudio Corrêa, da Força Sindical,; Amarildo Censi, da CUT; Tamires Filguera, da Intersindical; Celso Malhani, da Pública; Rejane Carara Cabral, da NCST; Sérgio Arnaud, da CSB; Guimar Vidor, da CTB, Nelcir André, da CGTB, e Mateus Schneider, da CSP-Conlutas.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)