A SENHORA SPORT CLUB INTERNACIONAL, 50 ANOS DEDICADOS AO CLUBE

Por José Evaristo Villalobos (Nobrinho)

Norma Prates iniciou sua trajetória profissional em 27 de maio de 1972, no Sport Club internacional, sendo convidada pelo então Gen. Edgar Salis Brasil, Diretor de Futebol na época. O mesmo dirigia a Secretaria de Futebol que ficava localizada no Estádio dos Eucaliptos. Era um dos únicos locais que ainda não havia sido transferido para o Gigante. Neste setor dos Eucaliptos funcionava a parte técnica, concentração e também lá ficava o Salão Nobre do Conselho Deliberativo.

Foi integrada ao Departamento de Pessoal do clube, que tinha em sua chefia o funcionário Marcos Prates, que muito a ensinou em sua trajetória funcional. Após dois anos neste setor e com curso técnico de Secretariado, foi transferida para a superintendência Geral do Clube, chefiada pelo Dr. Roger José Richinitti, do qual guarda muitas lembranças de humanidade e embasamento da nova função que ali se desenvolvia. Nesta época exercia a Presidência do Clube o então Presidente Carlos Stechmann, “presidente humano e educado com seus funcionários, pois todos os dias que chegava ao clube ele ia de setor a setor cumprimentar e abraçar a todos”:

– Era de uma gentileza e nobreza sem explicação”, lembra Norma com carinho. Também destaca que “na área do Estádio dos Eucaliptos, abaixo das arquibancadas, era o local onde fazíamos muitas festinhas, aniversários, encontros festivos etc., tempos que não voltam mais”.

Após secretariar em vários setores, Norma foi Secretária do Conselho Deliberativo do clube, já individualizado, com sua secretaria. Foram Presidentes do Conselho nesta época. Ephrain Pinheiro Cabral, Bastian de Carvalho, Valdir Lopes, Amaury Soares, Bonatto, Ibsen Pinheiro, José Carlos Bortolini, Luís Carlos Ávila de Carvalho Leite, Pedro Paulo Záchia e José Aquino Flores de Camargo, que marcaram sua história.

Norma fala com carinho e orgulho:

– “O SC Internacional foi e sempre será a minha casa. Quando cheguei ao SCI, a água do Rio Guaíba circundava a área onde hoje é o estacionamento do Beira-Rio. Cada vez que chovia tínhamos que esperar o rio baixar para podermos sair pelo portão 05 onde ficava a área administrativa. A concentração dos Atletas funcionava no segundo andar do portão 08, famoso portão 08, onde se aglomeravam os torcedores na saída ou entrada de atletas. Quando fazia parte do Departamento de Pessoal do Inter, na era Stechmann, o gigante estava em construção”.

Norma conheceu Edson Prates, seu marido, no clube. Casaram-se no Clube:

– Os presidentes Arthur Dallegrave, Gilberto Medeiros e Marcelo Feijó, participaram do casamento. Colocaram o salão de festas à disposição, ajudaram com tudo. Sou e sempre fui muito grata a estes Presidentes.

Norma lembra também presidentes e seus familiares que passaram por sua historia. Carlos Stechmann, José Asmuz, Gilberto Medeiros, Marcelo Feijó, Roberto Borba, Eraldo Herrmann, Pedro Paulo Záchia (no clube e no Conselho) e Giovanni Luigi, a quem define “como uma pessoa maravilhosa”.
E continua: “Desculpem os esquecidos… Também não posso deixar de citar muitos Vices Presidentes, Júlio Lopes, Cezario Vignoti, Eduardo Durgante, Edgar Salis Brasil Filho, Giovanni Luigi, José Amarante, Lucio Regner, Herminio Gomes, Fernando Záchia. Roberto Siegmann, que “me apoiou muito na época em que trabalhei no futebol”, Jose Pacheco e Hélio Sffair”.

Conviveu com muitos jogadores, entre eles Cláudio Duarte, Falcão, Batista, Claudiomiro, Valdomiro, Jorge Andrade, Schneider, Pontes, Figueroa, Maurício Anastácio, Dorinho, Edson Madureira, e por último Fernandão, de quem guarda grande carinho.

Ela destaca que muitos conselheiros que marcaram sua vida nestes 50 anos e diz conhecer a maioria. Evitou citar nominalmente pois são muitos:

– “Comecei com os avôs, pais. E hoje já convivo com filhos e netos.”.

Com 50 anos de Inter, relembra: “Quantos campeonatos assisti ali sentada nas sociais, perto da coreia, a parte mais vibrante deste clube do povo. Vibrei com os títulos de Campeão Brasileiro, Copa do Brasil e o Campeonato do Mundo, fui várias vezes Campeã Gaúcha com este clube, de quem tenho muito orgulho”, enfatizou.

Hoje, Norma está à disposição do Departamento de Futebol. “área que nunca gostei de trabalhar, pois prefiro leis, estatutos, comissões, etc. Futebol foi a vida de meu marido Edson Prates. Que trabalhou até o último dia de sua vida. Um funcionário exemplar e importante na historia do clube”. Norma segue no clube. Firme e forte. Como sempre com profissionalismo e competência. E fez um desabafo:

– Não deixei de gostar da Instituição Sport Club Internacional, pois lá foi e sempre será minha casa, mas as coisas mudaram, Diretorias novas, sem embasamento esportivo, acham que funcionários antigos não têm valor.

Norma comemora o seu orgulho pelos 50 anos de Inter. Algo “único” – exemplo a ser seguido e ressalta que as mulheres coloradas “funcionárias, esposas de presidentes, dirigentes e torcedoras” sempre tiveram protagonismo gigante em todos os tempos da Historia Colorada”.

Norma foi casada com Edson Prates, seu colega de trabalho. E mãe de Luana, que também trabalhou no clube. E de Vinícius, empresário do futebol, Rodrigo, Marco Aurélio e Edson Antônio. E avó de cinco netos.

Ascom SECEFERGS/FETECFERGS/UGTRS