Representantes das centrais sindicais se reúnem com Ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni

“Foi um primeiro contato e nossa intenção é dialogar, estaremos sempre abertos ao diálogo para defender os direitos da classe trabalhadora, o emprego, onde houver espaço para isso. Esse é o nosso papel de central sindical”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, sobre a reunião realizada nesta terça-feira (24/08), entre os presidentes das Centrais Sindicais e o ministro do Trabalho, Onix Lorenzoni, em Brasília.

Participaram do encontro, além de Sérgio Nobre, os presidentes Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), José Reginaldo Inácio (NCST) e mais lideranças, entre elas o secretário Jurídico da CUT, Valeir Eartle, e o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves (o Juruna).

Bolsonaro extinguiu o ministério do trabalho em 2019, fechando qualquer canal de diálogo e negociação com a organização sindical que representa a classe trabalhadora. Recriou o ministério em 28 de julho passado, colocando à frente Lorenzoni, então ministro da Secretária Geral da Presidência

Segundo Sérgio Nobre, Lorenzoni afirmou às centrais estar “se dispondo a negociar e dialogar”, e que haverá espaço para isso. “Nós vamos acompanhar, conferir e esperar que seja diferente do que vem acontecendo”, disse o presidente da CUT.

Durante a reunião, o presidente da CUT criticou duramente as mudanças na legislação trabalhista, que só prejudicam e precarizam a vida dos trabalhadores(as). “Critiquei o desmonte que tem sido feito e o fato de que que isso esteja ocorrendo no espaço do Congresso Nacional, por meio de medidas absurdas e inconstitucionais, como a MP 1045, sem debate com as centrais sindicais e levando a questão para o Judiciário”, disse o presidente nacional da CUT

Vamos acompanhar e ver “se, a partir de agora, essas questões do mundo do trabalho vão passar a ser debatidas no Ministério do Trabalho, esperamos que sim. Mas o presidente nacional da CUT, lembrou que o diálogo não é s linha do Bolsonaro, principalmente com o movimento sindical, muito ao contrário, e destacou que aqueles que destoaram da linha do governo deixaram suas pastas.

“Agora vamos acompanhar e ver e se o Ministério do Trabalho realmente vai trazer para si o debate. O tempo vai dizer, porque, sim, temos o pé atrás e motivos de sobra para isso”, afirmou o presidente nacional da CUT.

No início da noite, Sérgio Nobre e os presidentes das centrais que compõe o Fórum das Centrais Sindicais têm reunião marcada o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

“Nossa pauta é objetiva: vamos pedir para que Pacheco deixe a MP 1045 se quiser chamar caducar. O Senado não pode aprovar uma medida provisória como essa que destrói ainda mais direitos dos trabalhadores”, destacou o dirigente

“Com essa vergonhosa MP 1045, o presidente Bolsonaro e os governistas na Câmara dos Deputados atacaram, mais uma vez, os direitos da classe trabalhadora, já deteriorados pela reforma trabalhista, e trouxeram de volta à cena a famigerada carteira verde amarela. O Senado tem que derrubar isso. Nós seguiremos pressionando o Parlamento, resistindo e lutando”, finalizou Sérgio Nobre.