Aliada de Temer, Cristiane Brasil assumirá o Ministério do Trabalho

BRASÍLIA/DF – A posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), como titular do ministério do Trabalho e Emprego, está marcada para as 15h de hoje, nas dependências do Salão Leste do Palácio do Planalto. A nomeação foi publicada na edição de 4/01 do Diário Oficial da União.

Entre os convidados, presença de lideranças sindicais, como o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, que também preside o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, maior entidade sindical brasileira. O cargo de ministro do Trabalho estava vago desde 27 de dezembro, quando Ronaldo Nogueira (PTB/RS) deixou o posto para retomar o cargo de deputado na Câmara Federal.

Natural de Petrópolis/RJ, Cristiane Brasil, de 44 anos, é advogada pela Universidade Católica daquele município. Cristiane Brasil foi vereadora do Rio de Janeiro por três mandatos. Em 2009, esteve à frente da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida.

Em 2014, foi eleita deputada federal defendendo o legado do pai, Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que ela considera ter sido vítima de injustiça por denunciar para a imprensa o pagamento de uma mesada a parlamentares que foi chamada de “mensalão”. Em junho de 2005, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), delatou o esquema que teria ocorrido entre 2003 e 2004 e durado até o início de 2005.

DNA DA POLÍTICA NO SANGUE

Em 2015, Cristiane foi autora de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe a reeleição de presidente, governadores e prefeitos. Pelo texto, só seria permitida a candidatura “para um único período subsequente, sendo proibida, a reeleição por períodos descontínuos”. A medida impediria, por exemplo, nova candidatura de Lula à presidência.

No ano seguinte, em abril de 2016, Cristiane era também presidente do PTB e fechou questão em favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na votação na Câmara, no dia 17 daquele mês, Cristiane declarou o voto vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol, o símbolo dos favoráveis à saída da ex-presidente. No discurso, lembrou a cassação do mandado do pai, 11 anos antes, e votou pelo afastamento de Dilma em homenagem ao pai.

Na Câmara, votou a favor do governo de Michel Temer em questões decisivas, como a PEC do teto dos gastos públicos e a terceirização para todas as atividades. Votou também a favor da reforma trabalhista e contra a abertura de investigação de Temer, que poderia afastá-lo da presidência da República.

Renato Ilha, jornalista (MTb 10.300)