The New York Times entrevista Ricardo Patah, presidente da UGT no prédio da ONU

Os sindicalistas brasileiros que estão em Nova York (EUA), acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), concederam uma entrevista, nesta terça-feira (19/09) ao jornal The New York Time.

Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), assim como os demais representantes do movimento sindical brasileiro estão na comitiva presidencial para acompanhar a ratificação do pacto, entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden, por melhores condições de trabalho em seus respectivos países, que é a defesa Trabalho decente, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Patah conversou com o correspondente Jack Nicas e abordou o movimento sindical no Brasil, as manifestações sindicais de solidariedade mundial, em especial, nos Estados Unidos, as atividades que a UGT realizou em prol dos trabalhadores e trabalhadoras da Nissan, no estado do Mississipi, em que foi cobrado da montadora democracia e respeito ao direito humano de se organizar.

Ricardo também abordou o pacto, entre os governos brasileiro e norte americano, sobre trabalho decente, enfatizando que é uma ação fundamental para o mercado de trabalho, já que, ao longo dos últimos anos, principalmente em virtude do advento tecnológico e, em especial, após a pandemia de Covid-19, as relações trabalhistas sofreram profundas alterações com mudanças nas relações de trabalho, o que vem promovendo o surgimento de novas funções, mas com precarização da mão de obra e baixas remunerações, que chegam ao ponto de não serem suficientes nem para os (as) trabalhadores (as) arquem com as despesas necessárias para a sobrevivência humana.

“Nesse contexto temos o surgimento dos trabalhadores por aplicativos, que vem ocorrendo no mundo todo, e isso está vindo com um conceito de que quem trabalha para essas plataformas são pequenos empreendedores de si mesmos, mas que no final das contas recebem uma remuneração insuficiente até para a sua própria alimentação diária”, disse Patah.

O sindicalista advertiu que no Brasil, assim como em outros países, existem entregadores de fest food que fazem entregas de bicicleta. Esses (as) trabalhadores (as) passam o dia todo pedalando sobre sol forte sem receber um protetor ou bloqueador solar, correndo o risco de no futuro contraírem câncer de pele, na chuva, sem que a empresa forneça uma capa de chuva adequada e sem nem alimentação, o que aumenta o risco de adoecimento, afastamento ou mortes.

“O trabalho é para dignificar as pessoas, para trazer um crescimento social e um ganho profissional. É inclusão social. Mas o trabalho não pode ser estorvo, ele precisa ser decente, com remuneração digna e que tenha atenção especial para a saúde e o bem estar dos (as) trabalhadores (as)”, concluiu o presidente da UGT.

Fonte: SECOM/UGT